"Você me comove,
linda criança de faces rosadas,
quando diz "vamo bincá ?"
e me olha sorrindo,
aguardando minha resposta.
Nesses seus olhos castanhos,
noto um brilho que só a infância reflete;
vejo a pureza que defenderei
na medida do possível
pois cedo ou tarde todos perdemos a inocência.
Qualquer situação e local
são motivos de brincadeiras para você e,
por mais melancólico que eu esteja,
um sorriso rasga a dureza do meu rosto
diante de suas agruras e riso argentino,
que penetra no fundo da alma
e faz lembrar tempos distantes.
Você me enternece
quando em faz perguntas simples
que deixam-me sem saber o que responder:
"- Onde mora o avião ?"
"- Porque o trem não anda na estrada ?"
"- O sapo faz xixi na cama ?"
"- Aqui é a casa do ônibus ?"
Depois de levantada uma questão,
jamais você abdica da mesma
e fica me olhando de forma cândida e enigmática,
aguardando a resposta.
Linda criança,
espero ser bom pai e amigo,
se assim estiver escrito
no infindável livro do destino."
agosto de 1996
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