terça-feira, 15 de maio de 2012

Explicando o Que Não Deve ser Explicado...

Você já tentou explicar qual o sentimento que você tem ao olhar para o céu estrelado? (...) Que frio faz essa noite! Fui para meu quarto mais pelo frio do que pelo sono. E, quando olhei para o lado direito do corredor, lá estavam elas... as estrelas em um fundo negro do espaço... que sensação estranha eu tenho quando olho para o céu! Como explicar? É uma espécie de nostalgia misturada com saudade. Ontem eu passei de bicicleta na avenida de acesso a o bairro de Cézar de Sousa... estava frio e tinha acabado de parar de chover. Do lado direito um terreno imenso com muito capim. Que aroma agradável saía dali... enquanto eu pedalava na calçada larga, ficava tentando fazer um comparativo daquele aroma... "cheiro de capim depois da chuva"... é algo parecido com, como posso dizer... é uma mistura de cheiro de café torrado, açucar mascavo e canela... é um cheiro de infância... eu sei, é dificil explicar. Tem coisas que são difíceis de explicar. É igual ao que eu sinto quando olho para o céu estrelado. Mas meus pensamentos filosóficos foram vencidos pelo frio. Parei de olhar para o céu e entrei no quarto. Fui tomar banho bem quente. Deitei na minha cama e apaguei a luz. No escuro ainda podia ver a luz brilhando fracamente enquanto ia esfriando. O interruptor fosforescente ficou brilhando fracamente também. Ao longe pude ouvir o som do trem de carga passando lentamente. Vozes distantes. Passos. Sons da noite. Dizem que a vida da gente passa diante dos nossos olhos quando estamos na iminência de morrer. A minha vida já passou várias vezes na escuridão do meu quarto e eu não estava prá morrer. Vida inteira mesmo... eu sofri muito nesse início de ano. A maioria das coisas ficou entre eu e Deus. Eu e Deus somente. Nunca, mas nunca mesmo eu achava que fosse capaz de chorar tanto. Uma amiga me disse "não chore pelas coisas terem terminado, agradeça por elas terem acontecido". Ela tem toda a razão. Obrigado pelo amor... o amor que senti... o amor que nunca havia conhecido em quase quatro décadas de vida. Obrigado por cada beijo, cada abraço, cada vez que pude sentir o calor da sua mão, cada risada que demos juntos, cada plano que fizemos para o futuro que nunca se realizou. Tem coisas difíceis de explicar em palavras... o que a gente sente quando olha para o céu estrelado... o cheiro do capim depois da chuva... aquela coisa arrebatadora que passa no coração da gente quando amamos... espero algum dia poder entender e, quem sabe, explicar mas, em todo caso, "obrigado"...

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