sábado, 15 de julho de 2017

O Sonho da Gruta



Esse sonho aconteceu no dia 03/07/2012:

"Estava escurecendo e eu estava diante da entrada de uma pequena gruta. Achei estranho pois uma leve luminosidade saía dessa entrada. Na minha mão direita eu trazia um frasco com água onde haviam pequenos peixes ornamentais (lebiste, guaru, ituí, etc). Quando entrei na gruta ví que a maior parte da luminosidade saía de um pequeno lago de água cristalina que existia no meio da mesma. Quando me aproximei da água, reparei que a luz vinha dos peixes que viviam nesse lago. Haviam peixes com luminosidades de várias cores mas um em especial se destacou. Era um peixe que emitia uma luminosidade azul-marinho e era do tamanho de um punho fechado. Era um peixe tão diferente... uma mistura de "cavalo-marinho-folha" e "kinguio". Esse peixe saiu da água e começou a levitar. O toquei com a mão esquerda mas ele não gostou, então me afastei. Ele voltou para a água. Notei que alguns insetos estanhos também emitiam luz, como nossos vaga-lumes mas eram insetos desconhecidos prá mim. As plantas, o musgo nas paredes... tudo emitia algum tipo de luminosidade colorida. Senti vontade de soltar meus peixes ali naquele lugar fascinante, e foi o que eu fiz. Despejei com cuidado o conteúdo do frasco. Aqueles peixes que emitiam luz foram em direção aos "meus" peixes sem luz, como se os tivessem recebendo... dando as boas vindas a eles... Senti vontade de entrar no lago e foi isso que fiz. A água era levemente morna. Os peixes ficaram nadando em torno de mim... os meus peixes e os que já estavam no lago. Fiquei só com o rosto prá fora da água... uma sensação muito agradável e gostosa... nesse instante acordei..."

🐟🐠🐡

sexta-feira, 19 de maio de 2017

A Mulher Escarlate


Pensei muito sobre escrever a respeito desse episódio. Ainda não estou convicto se é um benefício ou um malefício falar sobre isso. Mas foi um fato tão insólito que eu acho que é bom registrar em algum lugar que certamente terá alguma utilidade no futuro. Escolhi o nome fictício "Fernanda" para preservar a pessoa a quem eu me refiro. Apesar de não termos mais contato nenhum, não desejo denegrir de maneira nenhuma o seu nome e da sua família. Não citarei locais e datas também mas sobre isso o texto mostrará uma época aproximada que o fato ocorreu. Essa imagem que eu coloquei na postagem é a imagem mais aproximada do que eu vivenciei mas está longe da realidade, que foi muito mais crua. Se essa pessoa da imagem, que é proprietária da mesma, achar que foi uso indevido da imagem, é só entrar em contato por e-mail que eu a substituirei.

Eu passava uma fase difícil. A falta de dinheiro e as desventuras amorosas viraram dois companheiros constantes e decepcionantes. Há alguns anos meu casamento tinha acabado e ainda eu não tinha me recuperado totalmente do trauma. A vontade de conhecer alguém compatível e que me agradasse crescia a medida que a solidão aumentava. Saí com muitas pessoas... umas não me agradavam e outras não se interessavam por mim. Foi uma época amorosa totalmente "estéril". Sempre fui muito devagar com novas tecnologias mas, devido a pressão dos amigos, criei um perfil no "Orkut". Aos poucos fui descobrindo como manusear essa rede e virei um usuário assíduo! Foi aí que começaram minhas paqueras virtuais. Um dia entrei em uma comunidade chamada "Quero um namorado(a) Espírita", já que eu sigo o Espiritismo desde a adolescência. Eu pensava que conhecer uma pessoa dentro do círculo comum de crença poderia aumentar as chances de eu conhecer alguém que quisesse criar laços fortes. Um dia recebi um convite de amizade da Fernanda e descobri que ela me encontrou ali naquela comunidade porque gostou do meu perfil e da minha imagem. Também conheci outras pessoas no Orkut mas só a Fernanda e mais uma moça continuaram conversando comigo durante várias semanas. Eu estava cauteloso porque não queria me decepcionar novamente e então comecei a bolar um plano de viajar pelo estado e aproveitar para conhecer pessoalmente essas duas pessoas e, quem sabe no futuro, iniciar um relacionamento com uma delas. Já sabia que teria 7 dias de folga no final do mês devido a diversos trabalhos extras que eu tinha feito no serviço e a perspectiva de viajar e conhecer outras cidades e pessoas era muito animador. Eu tinha conseguido comprar um bom carro e estava ansioso por viajar. A outra moça eu já conhecia por telefone mas a Fernanda ainda não; só por mensagens do Orkut. Tentei combinar com elas essa viagem mas a outra moça não poderia me ver justamente naquela semana por algum problema particular e a Fernanda ficou dias sem responder minhas mensagens. Então desisti da viagem. Em cima da hora a Fernanda me ligou (pela primeira vez) e pediu para eu ir sim conhecê-la, conforme mensagem que eu havia enviado. Preparei tudo as pressas e fui viajar. Seriam 800km rumo ao desconhecido... Senti medo porque ela nunca me escondeu que tinha problemas com o vício da cocaína mas assegurou que estava em tratamento. Eu não tinha a menor ideia sobre o assunto e era totalmente ingênuo a respeito do tema drogas. Minha mente entrou em alerta e eu fiquei com um pressentimento estranho mas mesmo assim fui. Nosso primeiro encontro foi para se conhecer pessoalmente e fomos no carro dela em um badalado restaurante. Foi bacana, conversamos muito e, em determinado momento, ela foi no banheiro e eu percebi que, quando ela voltou, havia chorado, mas não me senti confortável prá perguntar o porque disso. Um dia ela me explicou que foi no banheiro chorar pois não se achava digna de mim... Depois disso voltei para o hotel que eu estava hospedado para dormir e me preparar para voltar. De manhã nos encontramos para nos despedirmos e vi que ela estava com uma fisionomia de tristeza e cansaço. Ela me contou que, depois que saímos da pizzaria, ela me deixou no hotel e não foi para casa. Passou a noite cheirando cocaína. Isso me deixou chocado mas os minutos iam passando e eu tinha que ir embora. Nos despedimos com um beijo no rosto e eu voltei para casa. Continuamos com nossa amizade virtual por muitas semanas e eu ficava com a sensação que a razão pedia para eu me afastar e o coração pedia para eu me aproximar. Como um canceriano previsível, me aproximei. Tive novamente o benefício de vários dias de folga. Combinamos nosso encontro e lá fui eu novamente. Nos dias que fiquei lá no hotel hospedado passávamos o dia juntos e saíamos também no início da noite. Sob esse contexto iniciou-se nosso namoro. Passei muitos apuros porque as vezes ela sumia por dias e aparecia na casa dela muito debilitada e seus pais ficavam extremamente preocupados quando isso ocorria. Eu me sentia cada vez mais afundando em um vórtice obscuro, sendo levado por sensações sinistras e desconhecidas. As vezes que eu ficava sozinho na enorme casa dela, eu ajoelhava e rezava para a espiritualidade superior e para Deus, a fim de obter proteção para aquele lar pois os problemas que iam aparecendo eram desconhecidos e acima das minhas forças... e o nosso namoro a distância prosseguia.

Um dia eu fui para o meu quarto deitar com uma sensação ruim e inexplicável. Deitei mas não conseguia conciliar no sono. Em determinado momento, na frente da cômoda que fica no canto do quarto, uma espécie de "vapor" começou a aparecer do nada e lentamente foram se formando duas formas humanas. A princípio estavam borradas mas logo elas tomaram formas distintas... eram duas pessoas! Elas "flutuavam" acima do chão uns dois palmos. A figura da esquerda era uma mulher nua, com a pele avermelhada, cabelos negros e formas voluptuosas. Seios grandes e lindas curvas, um sorriso zombeteiro e um olhar de fogo, que transbordava sagacidade e luxúria. A criatura da direita era um homem que, como posso dizer?... era como se eu não o conseguisse ver 100%. Ele era obscuro e essa "sombra" não deixava eu ver os detalhes. Meu medo foi subindo de forma exponencial, um suor gelado apareceu na minha testa e meu coração disparou em descompasso. Logo em seguida a mulher "volitou" em minha direção e ficou na posição horizontal, flutuando sobre meu corpo. Ela chegou com o rosto bem próximo do meu, ainda com aquele sorriso de zombaria, colocou a mão direita forma de concha junto a boca e sussurrou em minha orelha esquerda:

" - Vocês são minhas duas crianças..." 

Não suportei mais aquilo e levantei dando um grito abafado, por medo de acordar o pessoal de casa. O coração parecia que ia sair pela boca e o suor gélido rolava pelo rosto. Quando olhei novamente não vi mais ninguém, mas ouvi uma risada sinistra do lado de fora, vindo da janela do meu quarto. Ajoelhei e comecei a rezar freneticamente mas ainda ouvi mais uma vez a risada medonha sumindo ao longe, como se as duas criaturas tivessem indo embora se distanciando. Como dormir depois disso? Mesmo com meus conhecimentos espíritas eu não estava preparado para isso. Passei praticamente a noite inteira em claro, só cochilando um pouco. Quando levantei de manhã, estava mais cansado e alquebrado do que quando eu tinha ido deitar a noite. Encontrei com meus pais na cozinha, de manhã, e eles pareciam apreensivos com algo. Durante o café da manhã eles me contaram uma coisa inexplicável que havia acontecido com eles a noite, na hora que eles foram deitar. Eles me contaram que, logo que eles fecharam a porta do quarto e se deitaram, "alguém" chutou a porta do quarto deles! Eles abriram a porta e andaram pela casa mas não havia ninguém em casa! Pensaram que talvez pudesse ser um ladrão mas a casa estava vazia. Então eles fizeram uma prece pedindo proteção a Deus e foram dormir. Essa foi mais uma prova de que algo sinistro estava acontecendo.

Uns dias depois eu fui me encontrar com a Fernanda e teríamos o final de semana para ficarmos juntos, já que seus pais iriam viajar e nos deixariam cuidando da casa. Eu e ela já havíamos nos desentendido por causa do uso que ela fazia da cocaína e algumas vezes eu consegui a impedir de usar o entorpecente. Havíamos combinado de sair a noite e comer algo fora, nos arrumamos e saímos no meu carro. Ela pediu para eu parar em um determinado posto de gasolina para ela comprar uma cerveja pequena. Quando estacionei o carro, ela me disse que iria usar o "negócio" mesmo e que era para eu deixá-la em paz. Que só ficaria comigo se eu não me opusesse. Saiu do carro e eu fiquei de longe vendo ela comprar a cerveja e conversar com algumas pessoas que estavam no posto. Quando ela voltou ela disse "e aí, qual a resposta?" Eu disse "se você usar, nosso namoro acabou". Ela disse "ok". Como ela estava sob minha responsabilidade eu não poderia simplesmente deixá-la lá e ir embora (pois tive vontade de fazer isso), principalmente porque seus pais confiavam em mim e, se ela iria se drogar, pelo menos estaria segura comigo. Depois disso eu iria para casa no dia seguinte e tudo estaria acabado...

Eu fiquei arrasado... Ela entrou, liguei o carro e saímos do posto. Fui seguindo sua orientação passando por alamedas desconhecidas, enquanto ela falava pelo seu telefone celular barato com uma voz feminina, que respondia em "códigos" ou palavras trocadas que elas sabiam que era o fechamento da compra dos "pinos" de cocaína. Já estava tudo combinado, ela pegaria "produto" rapidamente pela janela do carro com uma mão e com a outra entregaria o dinheiro. A mulher da droga esperava em frente a um bar em uma calçada arborizada. A remessa foi recebida e ela me pediu prá ir em outro posto onde ela poderia ir no banheiro consumir o entorpecente. Ela me pediu uma nota qualquer para ela poder fazer o "canudinho" prá cheirar. Encostei o carro na rua, ela saiu e pediu ao frentista para usar o banheiro. Eu saí do carro e sentei na guia, com o carro a minha esquerda, e comecei a chorar... o desespero tomou conta de mim porque ninguém sabia nada sobre isso e minha família não tinha nem ideia desses acontecimentos. Quando ela voltou, já sob a influencia da droga, tentou me consolar e me incentivar a contar para alguém de confiança. Eu fiquei com raiva porque percebi que ela não estava preocupada comigo. Ela já estava ansiosa com a próxima "dose". Quando entramos no carro ela ligou para a mulher novamente para pedir mais. Eu chamei a atenção dela mas foi em vão, ela não me ouvia. O único foco dela era o uso da cocaína. Dessa vez ela comprou muitos "pinos". Ela queria passar a noite chapada. Sob a influencia da droga ela não sentia mais nada, nem fome, nem frio, nem compaixão... mas eu ainda sentia e tinha fome, principalmente. Ela sugeriu que passássemos em uma pizzaria. Comi sozinho porque ela só estava aguardando na mesa o momento em que ela pudesse cheirar o conteúdo dos pinos que ela trazia na bolsa. Pedi para embrulhar o restante da pizza e fomos para sua casa. A madrugada já ia alta... 😢


Chegando lá fomos para um cômodo especial onde ficava o computador e os livros da família (a casa era grande e possuía mais cômodos do que o habitual). Ela ligou o computador e colocou no Youtube uma seleção do Raul Seixas, sentou em um banco e acendeu um cigarro, enquanto eu sentava em uma cadeira estofada que ficava em frente ao computador. Ficamos conversando coisas banais. Ela me contava os trocadilhos e os duplos sentidos de algumas frases das músicas do Raul Seixas, todas com conotações vinculadas às drogas. Eu fui ficando de saco-cheio do Raul... Em determinados momentos ela saía para os fundos da casa para usar o banheiro da empregada (que não estava lá) para cheirar mais uma carreira de pó, voltava e continuávamos conversando. Senti pena dela por não enxergar a situação degradante em que estava e fiquei conversando com ela. O sono veio pois a noite estava acabando. Como estava escuro ainda, pedi licença para tomar um banho, deitar na cama dela e dormir um pouco. Ela se queixou que não queria ficar sozinha. Dei as costas e fui dormir antes de clarear o dia. Quando comecei a pegar no sono eu ouvia a voz dela "ao longe" falando sozinha "...eu vou parar! Só vou usar uma vez por semana, eu prometo!"  Um tempo depois ela entrou no quarto e começou a me beijar. O sono dissipou-se e eu comecei a corresponder a suas carícias. Algo aconteceu comigo. Aos poucos, em um crescendo libidinoso, eu fui perdendo o controle de mim mesmo e algo tomou o controle do meu corpo e dos meus pensamentos. A sensação que eu tinha é que eu era simplesmente um "boneco", uma "marionete". Uma luxúria desconhecida e inominável tomou conta do meu ser. Era como se todas as barreiras de escrúpulos tivessem ruído. Nos entregamos ao sexo de forma selvática e sedenta... o tempo ia passando e a libido nunca acabava e os êxtases doentios que chegávamos eram somente os marcadores mórbidos dentre dois vácuos e vazios de relações ocas e destituídas totalmente de amor, como dois selvagens. Meu pênis doía e parecia que iria explodir pois a ereção parecia interminável! Já havia se passado quase uma hora e ela queria mais, mas meu corpo não aguentava nem mais um segundo! Ela tinha cheiro de suor e bebida... Eu não suportava mais aquilo e saí do quarto para tomar banho. Aquela orgia não havia me dado nenhuma satisfação. Pobre é aquele que aposta todas as suas fichas no sexo e o desconecta do amor porque só os dois juntos trazem um êxtase e uma satisfação verdadeira para um casal. O sexo é uma dádiva de Deus e ele deve ser sublimado pela boa conduta e pela fidelidade.

(...)

Eu me sentia sujo... mas não simplesmente sujo, era como minha alma estivesse maculada. Fui cambaleando até o banheiro. O alvorecer já despontava através de raios dourados que entravam pelas frestas da casa. Abri o chuveiro e deixei a água quente caindo por muito tempo no corpo. O pênis latejava e doía e a ereção perversa ainda persistia. Peguei o sabonete e a esponja e esfreguei pelo corpo... esfregava e esfregava até a pele ameaçar a sangrar mas mesmo assim ainda continuava me sentindo imundo. Desisti de me sentir limpo com o banho, me enxuguei e vesti minhas roupas. Me sentia um nada, como se toda minha força vital houvesse sido dragada. Foi então que lembrei da visão e das palavras da mulher maligna " - Vocês são minhas duas crianças..." 😈

Muito tempo já se passou sobre esse episódio. Uma amiga me contou que fui visitado pela "Pomba Gira". Após uma pesquisa eu descobri que isso tem um certo fundamento pois a entidade Pomba Gira é vinculada à luxúria. Eu sabia que, dos dois seres que apareceram no meu quarto, um estava ligado a sexualidade desvirtuada e o outro estava ligado ao uso de bebidas e drogas. Com certeza eram as entidades vinculadas à Fernanda na vida louca que ela levava. Se aproveitaram da situação para usufruir desse prazer vazio e passageiro de pessoas (ou espíritos) que não se amam e só vêem prazer no lado imoral da sexualidade. Enfim, como eu vi esses espíritos se eu não sou médium? Pensei muito sobre essa questão e concluí o seguinte: em situações especiais, mesmo uma pessoa sem mediunidade pode visualizar um espírito. Não acho que foi um caso de materialização pois os espíritos não ficaram palpáveis. Acho que foi um caso de sintonia. Eu estava desequilibrado e em sintonia com a frequência do sexo desvirtuado. Eles encontraram um campo fértil dentro da minha mente... foi um caso de sintonia, como a sintonia da frequência de uma estação de rádio.

Bom, foi isso que aconteceu e agora não quero mais falar nesse assunto que é chato... ^.^
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