sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O lado Claro e o lado Escuro da Lua

"...não sei em que momento de minha vida eu coloquei na cabeça que a entrega de um botão de rosa significava a criação de um laço forte, por vezes indissolúvel, entre duas pessoas que se gostam... achava também que se uma pessoa pudesse atravessar grandes distâncias prá entregar essa flôr aí então tudo seria para o resto da vida... muitos sofismas e teorias que não se confirmaram na prática... nenhuma das mais lindas poesias que escrevi jamais me rendeu ao menos uma namorada... nem mesmo a banalidade com que o sexo é tratado hoje, não pude ainda compreender... sob esse aspecto vou desencarnar na mais ampla e grandiosa ingenuidade. Eu estive a ponto de desacreditar nisso, que o amor e o sexo são insaparáveis, como o lado claro e o lado escuro da Lua, que são tão diferentes mas são parte de uma coisa só, totalmente dependentes uma do outra... mas essa idéia ainda vive em mim com intensidade, apesar de todas as decepções e dores que esse ideal tão fora de moda gera... as vezes eu tenho a sensação que meu coração esfriou... congelou para todas as possibilidades que o amor, que a entrega entre dois seres pode criar... é bastante estranho... interagir com pessoas tão bonitas e interessantes e mesmo assim manter o coração sempre frio. Deve ser pelo medo ou talvez pelo trauma ou mesmo por um motivo que não posso compreender. As vezes eu paro prá avaliar minha trajetória e sinto que estou caminhando bem. Vejo muitas pessoas se perdendo... enveredando pelos caminhos de "vidas-duplas" que, na melhor das hipóteses, só proporciona uma existência de pura inquietação... mas como conciliar a emoção e a lógica? Como explicar o sentimento que vem do coração que diz "tenha paciência, você está no caminho certo" para o cérebro que responde "pare de perder esse tempo precioso com pensamentos idiotas e viva a vida" ? Nessa luta interior que as vezes se desencadeia dentro de mim sempre o coração ganha. Na verdade, se eu for vasculhar a memória, as maiores decepções que já tive na vida foram préviamente avisadas pelo meu coração mas eu não dei ouvidos. Hoje estou aprendendo a ouvir essa voz silenciosa que vem de entro de mim mesmo e me alerta sobre as potenciais encrencas que posso estar me metendo... mas quanto a separar o sexo do amor... ah, sou uma pessoa teimosa! Ainda acredito no amor... 

...no amor verdadeiro!"

=)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Eu...

"Domingo. É inicio de noite... verão. Um homem prepara um "bauru" no fogão de sua modesta cozinha, de uma casa não menos modesta. Uma criança de aproximados 7 anos o observa e percebe que ele está com pressa, pois o som que vem da sala indica que um clássico do futebol está prestes a começar. Ao terminar o lanche, o coloca em um prato raso de vidro, o parte em dois com uma faca e pega uma lata de cerveja na geladeira. Seguindo para a sala apressado, oferece metade do lanche ao filho, que parece não estar com fome, já que não se interessa pelo alimento. Agora o homem já está sentado confortavelmente no velho sofá e o menino está em pé, olhando para a tela iluminada. A luz está apagada. A claridade da TV iluminando o rosto dos dois personagens dá um aspecto sobrenatural... nostálgico. O menino olha com indiferença para a tela que exibe os jogadores em movimento atrás da bola. O pai olha para o filho de soslaio e fica intimamente feliz por ele começar a se interessar por seu esporte predileto... Ah se ele soubesse o que se passava pela cabeça do garoto ele decepcionaria-se... O rapaz está hipnotizado pelo brilho da tela mas não está nem de longe interessado no jogo. Seu pensamento voa longe... longe... mas algo acontece durante a partida que realmente desperta sua atenção: acontece uma espécie de tumulto e um homem que parece ser o líder levanta um cartão da cor amarela e anota o nome do jogador. Aparentemente o garoto está interessado no jogo mas seus pensamentos não são tão esportivos. Ele pensa:

" - Quando um homem briga ele ganha um cartãozinho amarelo com seu nome. Bom, devem haver uns vinte jogadores, então devem haver vinte cartões! Mas como todos esses cartões cabem no bolso desse homem vestido de preto?"


O jogo prossegue e, diante de outro tumulto, o homem para o jogo e levanta um cartão vermelho. Um jogador sai do campo. Agora o menino nem mais pisca...

" - Esse vai ser um bom corintiano!" (pensa o pai)

" - Se são vinte jogadores e o chefe tem vinte cartões amarelos, um para cada jogador, ele deve ter também vinte cartões vermelhos, uma para cada também... mas como podem caber todos aqueles cartões em um bolso tão pequeno de sua camiseta???" (pensa o garoto)

Como o jogo prosseguiu e não houveram mais cartões coloridos, o garoto se desinteressou pelo assunto. Logo chegou sua mãe e seu irmão menor que tinham ido visitar um parente. Algum tempo depois todos estavam reunidos na sala assistindo um tipo de jornal que passava nos domingos a noite. Uma repostagem sobre a morte despertou a curiosidade do garoto. Nela dizia-se que a última fronteira do homem era a morte, já que ele havia desvendado todos mistérios da terra e do espaço. O garoto pensa "nossa, quer dizer que nunca ninguém voltou da morte para nos contar o que acontece?" Ele tentava imaginar o que poderia haver do outro lado mas tudo parece negro. Ele não conseguia ultrapassar esse véu para saber do desconhecido. Pensou tanto que até cansou. Sua mãe o acorda do devaneio e lhe pede para ir tomar banho pois no dia seguinte ele iria na escola logo cedo. Durante o banho o menino pensa e tenta achar uma solução para a última matéria que ele viu na TV, que dizia que as pessoas que moram no campo vivem mais que as pessoas que vivem nas cidades. Como ele não sabia sobre o nervosismo e sobre a poluição que existem na cidade, que diminuem a expectativa da vida, ele formulou uma teoria sobre o porque das pessoas da metrópole viverem menos do que as pessoas do campo:
" - Acredito que, a partir do momento que alguém nasce, essa pessoa deixa atrás de si uma linha invisível. As pessoas vão se enroscando nas linhas umas das outras e vão se sufocando... vão cada vez andando mais devagar... no campo, como existem poucas pessoas, existem poucas linhas e as pessoas vivem mais tempo por causa disso. Na cidade é o inverso."

Sua mãe o chama em voz alta, já um pouco irritada:

" - Filho, você tem que sair do banho! Está gastando muita energia!"

Agora o garoto está em sua cama mas já estava cansado de inventar teorias. Ele começou a lembrar de como foi divertido brincar com as crianças no sábado e domingo. Ah, ele não via a hora de poder novamente andar de carrinho de rolemã, jogar bolinha de gude e brincar de tudo mais que as crianças inventassem. Com esses pensamentos ele acabou dormindo na esperança de logo poder continuar as suas brincadeiras no outro dia..."

"EU"

=) 

Texto e desenho: Cláudio Tadeu Cavallote

terça-feira, 15 de maio de 2012

Explicando o Que Não Deve ser Explicado...

Você já tentou explicar qual o sentimento que você tem ao olhar para o céu estrelado? (...) Que frio faz essa noite! Fui para meu quarto mais pelo frio do que pelo sono. E, quando olhei para o lado direito do corredor, lá estavam elas... as estrelas em um fundo negro do espaço... que sensação estranha eu tenho quando olho para o céu! Como explicar? É uma espécie de nostalgia misturada com saudade. Ontem eu passei de bicicleta na avenida de acesso a o bairro de Cézar de Sousa... estava frio e tinha acabado de parar de chover. Do lado direito um terreno imenso com muito capim. Que aroma agradável saía dali... enquanto eu pedalava na calçada larga, ficava tentando fazer um comparativo daquele aroma... "cheiro de capim depois da chuva"... é algo parecido com, como posso dizer... é uma mistura de cheiro de café torrado, açucar mascavo e canela... é um cheiro de infância... eu sei, é dificil explicar. Tem coisas que são difíceis de explicar. É igual ao que eu sinto quando olho para o céu estrelado. Mas meus pensamentos filosóficos foram vencidos pelo frio. Parei de olhar para o céu e entrei no quarto. Fui tomar banho bem quente. Deitei na minha cama e apaguei a luz. No escuro ainda podia ver a luz brilhando fracamente enquanto ia esfriando. O interruptor fosforescente ficou brilhando fracamente também. Ao longe pude ouvir o som do trem de carga passando lentamente. Vozes distantes. Passos. Sons da noite. Dizem que a vida da gente passa diante dos nossos olhos quando estamos na iminência de morrer. A minha vida já passou várias vezes na escuridão do meu quarto e eu não estava prá morrer. Vida inteira mesmo... eu sofri muito nesse início de ano. A maioria das coisas ficou entre eu e Deus. Eu e Deus somente. Nunca, mas nunca mesmo eu achava que fosse capaz de chorar tanto. Uma amiga me disse "não chore pelas coisas terem terminado, agradeça por elas terem acontecido". Ela tem toda a razão. Obrigado pelo amor... o amor que senti... o amor que nunca havia conhecido em quase quatro décadas de vida. Obrigado por cada beijo, cada abraço, cada vez que pude sentir o calor da sua mão, cada risada que demos juntos, cada plano que fizemos para o futuro que nunca se realizou. Tem coisas difíceis de explicar em palavras... o que a gente sente quando olha para o céu estrelado... o cheiro do capim depois da chuva... aquela coisa arrebatadora que passa no coração da gente quando amamos... espero algum dia poder entender e, quem sabe, explicar mas, em todo caso, "obrigado"...

='/

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Provérbio Indígena


"Só depois que a última árvore for derrubada, 
o último peixe for morto, 
a última gota d'agua for desperdiçada, 
o último rio for envenenado, 
é que vocês irão perceber 
que dinheiro não se come."  

  “Sólo después el último árbol sea talado, 
el último pez muerto, 
la última gota de agua se desperdicia, 
el último río envenenado, 
es que usted se dará cuenta 
de que el dinero no puede comer.”

 “Nur post kiam la lasta arbo estos dishakita,
la lasta fiŝo mortigita, 
la lasta akvero malŝparita,
la lasta rivero venenita, 
tiam vi ĉiuj komprenos 
ke monon oni ne manĝas."

"Just after the last tree is dropped, 
the last fish is dead, 
the last water drop is wasted, 
the last river is poisoned, 
you'll realize, 
money isn't for eat." 

 =/

quarta-feira, 28 de março de 2012

11 coisas que sei sobre mim... =)


Inspirado no Blog Ovelhas Incandescentes...

1 - Amor e Sexo: Nunca na minha vida separei amor de sexo. Prá mim, como já disse em outras oportunidades, amor e sexo são como dois lados de uma mesma moeda. O amor é sagrado... o sexo é sagrado... O amor é um sentimento que aproxima o casal de Deus e o sexo com amor é um prazer sublimado. A monogamia é um salto na evolução e a poligamia é um retrocesso.

2 - Equilibrio: Sou uma pessoa equilibrada e constante. Não tenho mudanças bruscas de comportamento. Mudo e me adapto no decorrer dos anos... sempre gosto e aprecio mais o que sou hoje do que eu era ontem...

3 - Amo Crianças: Adoro brincar com a criançada! Aqueles joguinhos e diversões infantis que os adultos abominam eu faço com as crianças. É comum, nas reuniões de família ou com os amigos, enquanto o pessoal está comendo churrasco e tomando cerveja, eu ficar a correr com as crianças pela casa nos seus folguedos alegres e infantis.

4 - Amo Animais: Tenho predileção por gatos mas amo todos os animais. Os amo tanto que sou vegetariano... Ajudo discretamente várias ONGs que cuidam dos bichinhos que não tem dono.

5 - Sou Regido Pela Lua: Tudo o que você ler sobre o signo de Câncer vai bater certinho com meu caráter e comportamento. A emoção domina totalmente minha razão. Faço loucuras por amor. Sou capaz de viajar um dia inteiro, atravessando o estado de São Paulo, só prá entregar uma rosa a quem eu amo. Quando eu amo, me entrego e me dedico integralmente ao romance. Não sei amar pela metade. Amor, comigo, só se for inteiro e completo. Nunca magoe um canceriano. Você estará machucando e afastando a única pessoa que estará ao seu lado nos momentos mais difícieis... fidelidade é uma característica forte nos nascidos em Câncer.

6 - Amo Arte, Música e Literatura: Sou tido pelos colegas como calado mas é por que assuntos como o BBB e coisas desse calibre nunca me interessaram. Gosto de Salvador Dali, M.C. Escher, Remédios Varo, músicas com conteúdo e livros... muitos livros!!! Amo ler e escrever!

7 - Adoro Rock: Sou musicalmente eclético mas tenho preferência por Rock. Não tenho saco prá ouvir sertanejo ou pagode. Certas músicas sertanejas que "cantam" a agressão aos animais (♫...pula boi, pula cavalo...♪) ou que falam de imoralidades e traições como se fossem normais (♪...Tô casando mas o grande amor da minha vida é você...♫) simplesmente me dão ânsia de vômito. Gosto muito de Rock Progressivo e Nacional.

8 - Família: Sou caseiro. Gosto de ficar em casa, junto da família. Nunca gostei de baladas, bebedeiras, excessos, uso de drogas, vandalismo. O que eu gosto de fazer a noite ou de madrugada é ir em shows, lanchonetes ou bares com música ao vivo, principalmente violão. Gosto muito também de ir no cinema e teatro!

9 - Religião nenhuma salva ninguém: Eu sigo o Espiritismo desde a adolescência mas a experiência mostra que nenhuma religião "salva" ninguém... Já conheci péssimos evangélicos, católicos, budistas e espíritas! Se você resolveu seguir alguma filosofia religiosa, faça na prática o que você prega, pois é isso o que eu faço ou tento fazer! O que salva as pessoas não é a religião... é o Amor, a Caridade, a Compaixão, o Altruísmo! =)

10 - Respeito pelos mais velhos: Quando eu era jovem, nunca respeitei muito meus pais ou avós mas, na minha adolescência, tive oportunidade de ver como os Japoneses respeitam e veneram seus idosos. Eu fiquei comovido e nunca mais esqueci daquilo... aquele amor e respeito pelos mais velhos! Abraçei e adotei essa postura na hora e achei que esse é o caminho, que sigo até hoje.

11 - Otimismo: Sou um otimista incorrigível! Já passei por coisas difíceis... tive o coração partido muitas vezes (o coitado é cheio de cicatrizes...) mas sempre me levanto mais forte e com novas e sedutoras perspectivas! Você pode me dar mil motivos prá eu reclamar e eu sempre vou te dar mil e um motivos prá agradecer... ;)

Pronto! Agora vocês já conhecem um pouco mais sobre mim!

=)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Papaléguas e Coiote

"La surteraj maŝinoj povas levi vian fizikan korpon ĝis
granda alteco, sed la spiritan flugon, per kiu vi liberiĝas
de besteco, vi neniam entreprenos sen propraj flugiloj."

"As máquinas da terra podem levar seu corpo físico até grandes
altitudes, mas o vôo do espírito, pelo qual você se libertará da
bestialidade, você jamais empreenderá sem asas próprias."

"Las máquinas de la tierra puede llevar a su cuerpo físico
a la altura, pero el vuelo del espíritu por el cual se le
bestialidad libre, nunca se compromete sin alas propias."

"Earth´s machines can bring you physical body to high altitudes,
but the spirit´s flight, which you will be free from bestiality,
you will never undertake themselves without your own wings."

=)
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