Essa é a visão que tenho da frente da minha casa, olhando a direita, na direção da Academia. Me impressiona a velocidade em que esses prédios luxuosos vão sendo construídos. Aqui é um lugar sensacional de morar mas, conforme o tempo avança, é como se algo fosse se perdendo... lembro de como todos se conheciam e se cumprimentavam. Não havia muros... se alguém precisasse de açúcar, por exemplo, costumava-se pedir ao vizinho, simplesmente atravessando o quintal de terra. E eles eventualmente também vinham as nossas casas pedir ovos, sal, e qualquer outra coisa que gerasse uma desculpa para que eles viessem aqui conversar e, quem sabe, brincar. A coisa mais fácil de se encontrar aqui eram chás... nos quintais sempre tinha uma variedade enorme, que podia ser colhido direto do pé... hortelã, cidreira, espinheira santa, guaco, boldo... E as árvores frutíferas ? Onde foram parar ? Era tão bom subir nelas e comer goiaba, jabuticaba, pitanga, laranja, ameixa, amora, romã... Hoje as pessoas olham desconfiadas e com medo umas para as outras... talvez tenham receio de serem assaltadas, sequestradas ou estupradas. Sob esse aspecto eu não mudei e sempre digo "oi" para pessoas. A maioria não gosta... nem responde... talvez achando que eu vá pedir alguma esmola... mas já fiz muitas amizades assim. Mas... junto ao progresso... vem o retrocesso... kkk... Nessa postagem eu quero fazer algumas comparações de como era e de como é hoje, comparando fotos que meu pai tirou com as que eu tirei...
É minha mãe que está apoiada naquela muretinha da entrada da água. Eu tinha 1 ano nessa época. Posteriormente, depois que aprendi a escrever, costumava ficar sentado naquela muretinha durante várias horas fazendo caça-palavras, o famoso "coquetel", e ficava olhando os poucos carros que passavam. Era gostoso, também, interagir com as pessoas e receber pequenos elogios por estar fazendo uma atividade só para "adultos", como eles diziam. Aprendi muitas palavras nessa brincadeira.
Praça Francisca de C. Melo Freira, a famosa "Praça dos Enfartados". Me disseram que ela recebeu esse apelido devido a enorme quantidade de pessoas enfartadas que vão lá caminhar de acordo com recomendação médica. Como eu adorava essa praça na minha adolescência ! Ela não deixa de ser belíssima hoje mas, naquela época, ela era "nossa" pois era praticamente abandonada ! Eu e meus amigos gostávamos muito de andar de bicicleta alí e brincar de tudo que viesse em nossa mente através da imaginação ! Agora, cada vez mais, ela vei sendo sufocada e ficando menor diande de cada novo prédio que ali é levantado.
Rua Manoel Rodrigues Negreiro. Essa é a saída dos fundos da minha casa. Onde hoje existe a oficina mecânica era um campo de futebol onde eu gostava de jogar bolinha da gude. Percebe-se hoje que todas as casas são "blindadas" com muros e grades. Hoje é muito comum assalto a residências, onde os ladrões levam quase tudo que tem na casa. Aquela época nós nem sabíamos o que era isso de roubo... kkk...
Praça Paulo Vaz Romero, em frente ao condomínio Flamboyant. Prá quem não sabe, aquela praça já foi uma pré escola. Lá foi onde eu e o meu irmão Sandro aprendemos ler, escrever e desenhar. As traquinagens que eu fazia alí são um capítulo a parte... kkk... A escola foi demolida e transformada nessa praça. Os alunos foram transferidos para a nova escola que foi construída atras do Centro Esportivo.
Mais uma foto da Praça dos Enfartados... kkk... tirei uma porção de fotos da Patrícia ali ! Separei essa prá fazer uma comparação...
Prá terminar quero colocar uma foto que meu pai tirou da igreja do Socorro quando ele veio morar aqui. Note o prédio que está sendo levantado do lado direito da imagem nova... kkk... Na verdade eu gosto muito de todos os avanços da tecnologia de hoje. Se assim não fosse, eu não estaria montando esse post do blog. O que eu sinto muita falta é da humanidade perdida... do "oi", "como vai", "obrigado", "como vão seus pais ?", etc. Espero que algum dia saibamos aliar tecnologia e humanidade... =)