sábado, 2 de janeiro de 2010

Seres Imateriais

Três flocos de luz estavam em volta de uma planta, em plena floresta. Apesar de serem seres inteligentes (muito mais do que nós) eles não eram visíveis ao nosso olhar ainda rústico. Brilhavam com leve incandescência e possuiam tons de cores distintos e suaves... pulsavam em ritmos terapeuticos e calmantes. Eles não eram daqui. Vinham de um sistema solar não distante, localizado a alguns anos luz do nosso Sol. Desde que nosso sistema foi criado, eles trabalham em favor de nossa evolução, interferindo de maneira controlada e ordeira no nosso destino. Não havia pressa - diziam - pois tudo evolue a seu tempo...

Naquele instante, o trio luminoso trabalhava na confecção de um novo DNA de uma planta, que iria formar uma nova espécie vegetal, seguindo um minucioso plano de estudos e evolução da matéria bruta, como nós conhecemos. A resposta para as "mutações" que ocorrem de tempos em tempos em todos os seres, estava aí. Os três seres invisíveis ainda eram incompreensíveis para nós. Já não mais possuiam corpo físico, tendo alcançado a liberdade cósmica, que alguns conhecem como "Nirvana". Apesar de serem super-evoluidos em relação a nós, de onde vinham ainda eram espíritos medianos, só autorizados a manipular plantas, de acordo com um monitoramento de seus superiores. Ainda traziam pequeninos reflexos das últimas reencarnações na matéria... Traziam ainda leves nuances de "feminino" e "masculino", que só são perdidos depois de centenas de milênios longe das reencarnações nos planetas ainda atrasados evolutivamente. Para que fique mais fácil de visualizá-los, poderíamos chama-los de Ty, Galy e Ran, que seriam os vocábulos mais próximos de como eles se nomeavam de maneira efetiva. Ty ainda trazia pequenos reflexos do "feminino", de sua romagem milenária pela carne, em incontáveis corpos. Os outros combatiam reflexos do "masculino". Depois de fazerem as pequenas modificações no arranjo dos átomos do DNA daquela planta, em plena floresta tropical, resolveram "brincar" em um planeta não muito distante, fora do nosso sistema. Prá lá foram na velocidade do pensamento. O planeta era desabitado mas as construções de uma civilização perdida ainda existiam alí em abundância. Os seres dalí evoluiram tanto que não tiveram mais necessidade de reencarnar em corpos grosseiros. Tornaram-se luz e energia, assim como Ty, Galy e Ran. Brincando de esconde-esconde entre as construções e prédios colossais em ruínas, eles repararam que haviam muitos andróides humanóides abandonados em todos os lugares. Eles sabiam que esses robôs faziam todo trabalho pesado dessa civilização. Eram máquinas extremamente complexas, ainda muito além de nossa imaginação. Ty "entrou" em uma dessas máquinas e a começou a manusear... seria algo como se nós entrássemos em um escafandro, fora da água, mas muito, muito pior. Ela foi levantando e tirando o pó da máquina com seus braços humanóides. Achou engraçado pois era difícil e pesado comandar aquela máquina. Galy e Ran, achando divertido a brincadeira, ocuparam outras duas máquinas que estavam próximas. Eles riam muito quando tentavam levantar aquelas "armaduras" biônicas e pesadas. Começaram a "brincar" de andar e se movimentar mas algo inesperado rapidamente começou a acontecer. Aqueles andróides eram muito sofisticados e possuíam até uma espécie de sistema nervoso artificial, que ainda estava ativo. Antes que eles pudessem abandonar as máquinas, já tinham perdido a consciência de sí mesmos... ficaram encarcerados naquelas mecanismos e começaram a levantar as famosas questões:

- Quem somos ???


- De onde viemos ???

- Para onde vamos ???

Começaram a interagir. O contato com a matéria bruta fez aflorar sentimentos já quase dominados, e tendências humanas que nós bem conhecemos como ciúme, solidão e egoísmo vieram a tona... naturalmente em pequenas doses, pois a luz já dominava em suas essências. Ty, por exemplo, conversava com Ran com a energia de quem se sente atraído pelo amor de posse e Galy tinha uma sensação super desagradável e incompreensível, que nós conhecemos bem como "ciúme". Ran começou a ter inveja de Galy pois esse começou a dominar os movimentos da máquina com mais facilidade que os outros dois. Ran achava estranho que Ty quizesse andar de mãos dadas com ele pois sentia ela como se fosse uma irmã... e assim foram interagindo sem nada compreenderem sobre o que havia ocorrido. Ficaram vários dias vagando por essa metrópole alienígena morta. Certa tarde, um espírito luminoso colossal, muito superior a eles, chegou no planeta. Com certeza era um amigo pois fora a procura dos mesmos. Com um simples olhar compreendeu a situação e a achou engraçada... olhou mais um pouco para os seres biônicos que se movimentavam de forma letargica.

Chamou os três pelos nomes: - Ty, Galy e Ran, venham !

Com o poder de sua energia, os retirou daquelas máquinas e elas desabaram com um pequeno estrondo metálico. Imediatamente eles tomaram consciência do que aconteceu e ficaram muito assustados, já que prá eles isso era inimaginável. O ser luminoso superior lhes disse:

"- Nunca se esqueçam, meus filhos, dos nossos amigos que estão na retaguarda... na carne dos planetas mais grosseiros ! Já fomos como eles e eles, inevitavelmente, serão como nós um dia e conhecerão a liberdade sem limites ! Lembrem-se com carinho desse acontecimento e sejam compreenssíveis e pacientes com os seres que vivem ainda na esfera material, onde ainda reina a incompreensão e a guerra. "A triteza é temporária mas a felicidade é definitiva". Vocês ainda não entendem isso de maneira integral mas um dia, quando tiverem trilhado o caminho que eu já trilhei, vocês compreenderão ! Nunca esqueçam: NADA acontece por acaso ! Se a LEI MAIOR os atraiu aqui, foi para que aprendessem com essa curiosa experiência ".

E então, na velocidade em que um elétron muda de órbita, voltaram para seu planeta paradisiaco para contar a nova experiência aos seus familiares...

*As imagens são homenagem ao Rom, Cavaleiro do Espaço

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